Milton Santos
– Resistência e Luta!
“Na Terça-Feira, dia 15 de janeiro de 2013, foi entregue ao assentamento
Milton Santos, a notificação de reintegração de Posse do local, em Americana/SP.
Na mesma manhã, várias famílias e apoiadores ocuparam a sede do INCRA em SP
contra o despejo das famílias que residem no assentamento.
Segundo a notificação, as famílias do
Assentamento Milton Santos têm até 15 dias para deixarem suas casas e, contados
os dias acima citados, está liberada a ação de reintegração de posse no local.
Assim, também correm risco de desocupação e repressão os que estão na sede do
INCRA em São Paulo.”
INCRA, 18 de
janeiro de 2013 (...) - Recordamos Pinheirinho, Moinho, e, vemos-nos mais uma vez
diante da luta pela terra, diante da resistência pela vida.
São crianças,
jovens, adultos e idosos, todas as gerações estão ali presente, resistindo
todos os dias à imposição do capital que insiste em tirar-lhes seus direitos à
vida. O dia a dia não é fácil, ainda que persistam, estão longe de suas casas,
sem poder trabalhar a terra que lhes garantem o sustento. Estão longe de suas
famílias, “- Longe das minhas duas filhas” – contou-nos o jovem. Longes do que
com muito suor, estão construindo ao longo de anos. E apesar disso, recebem-nos
de braços abertos, partilham em meio à dor, o alimento pelo qual tanto
trabalham, e nos convidam a com eles celebrar a vida.
“Quando morar é um privilégio, ocupar é um direito” e nesta ocupação,
vemos algo que alimenta a luta destas pessoas, nos deparamos com o sentimento
de união, família, amor, comunidade: é a chama da resistência;
Deparamo-nos com pessoas que querem tão somente reclamar algo que lhes é
de direito: uma terra para plantar e colher seus frutos;
Deparamo-nos com pessoas que precisam fazer uma denuncia: a falta de
atenção que se tem dado para a reforma agrária, para o direito por moradia,
para a vida destas pessoas.
É um grito de
atenção, que nos mostra que “o pulso ainda pulsa”.
Em meio a resistência, estamos pois, todos diante daqueles (Usina Ester, família Abdalla) que estão
querendo despejar as 68 famílias que já tem a posse da terra e produzem
comida orgânica para 12 mil pessoas.
Daqueles, que passam, “e matam a roça suada, a
terra esperada.”
Em meio à
miséria contraposta pelo trabalho, ainda há gente
dizimando o direito a vida.
Em nota de apoio ao Assentamento, a Pastoral da Juventude de Campinhas
discursa por nós: “Na Teologia da
Libertação, e seu compromisso com a opção preferencial pelos/as pobres, o
acesso á terra é bandeira incontestável.
Acreditamos que o latifúndio, que constrói sua riqueza sobre a
pobreza, em suas práticas produtivas da monocultura contribui para um mundo
menos sustentável e perpetua a injustiça.”
Fiquemos atentos, vamos nos mobilizar para que a Presidente Dilma
Rousseff assine o decreto de desapropriação por interesse social da área do
assentamento Milton Santos.
Milton Santos pede resistência e luta, a
Pachamama chora e clama para que estejamos de olhos abertos, de punhos
erguidos, a unir forças com e pelo povo. Não passemos pela vida, lutemos por
ela.
"E
se preciso for, empenho meu coração, como quem faz amor, enfrento a exploração;
Sou triste, mas tenho fé, sou louco, mas muito forte, temente da natureza, mas
cúmplice até da morte; Em busca da nossa terra, nos solos do meu país, a minha
viola berra, vitória sobre os fuzis; Meu pé descalço chuta outros pés
imperiais, nos hinos da nossa luta, habitam versos fatais; E quem duvidar se
atreva, que entre nesta batalha, conosco a natureza, e terra para quem nela
trabalha; Assim é que me atiro, neste mundo conturbado, sou pobre, porém
posseiro, homem determinado; Disposto, pela justiça, a morrer pelo cerrado,
pedaço do meu Araguaia, não mais deixo ser grilado; A terra só se contenta em
braços que dão amor, aonde ela se integra às metas do Criador.” (Campesino – Júnior
Longo poeta do MST)".
Elaine, Aline e Adriana
+ 7x7.
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