Sete encontros com
a Pachamama, à celebrar a vida. E porque celebramos a vida, celebramos a luta.
Mais que sete
encontros.
Então, descobrimos,
em meio às expectativas, às mais variadas ideias, que somos +7x7.
Pachamama nos faz
encontrar-nos conosco, com o caminho que trilhamos até aqui, com as partes
fragmentadas do que somos, que compõem o todo que expomos. Mas não é fácil, identificar-se,
encontrar-se, estar com seu eu, saber quem se é, e o que se quer. Mas é nossa identidade,
mesmo que seja estranho, com a
Pachamama nossas percepções sobre nós são aguçadas, e cada parte de nosso corpo
passa a dizer algo sobre nós. Estamos inebriados de sensações e sentimentos que
nos revelam, e ao nos deparar com nossa historia, com nossa vida, percebemos
que afinal, somos mesmo, maiores do que pensamos. E conosco, um
mundo novo a se construir.
E agora, algumas
coisas urgem em nós, não basta somente ser, nós sentimos. Tudo nos revela, somos
sedentos e saudosos de sentidos, e a Pachamama nos faz querer
sentir, sentir todo o calor, todo o frescor, toda brisa e toda a terra que nos
dá vida. Queremos mais que entender, queremos comungar do mistério do
feminino e do sagrado, da Deusa, da Mãe Terra, que nos inspira, nos
transborda, que dá força, força que nunca seca, e que
nos ajuda a caminhar pela busca de nossos sonhos, sem nos deixar cair, porque pra vida que é tão pouca, nós estamos
aqui, para a mudança, para gerar novas vidas, que queremos agora em abundancia.
E para o novo mundo, novas vidas!
E a Pachamama nos mostra nova e reafirma nossa fé. Cremos no Jesus libertador,
naquele que fez a opção pelos pobres, pelos oprimid@s. Que doou sua vida ao
amor, aos pequen@s e excluíd@s, que lutou pela vida em abundancia dos louc@s e
marginalizad@s. Que morreu pela vida que traçou, sempre pela opção da vida, e
da libertação. Jesus salta aos nossos olhos e nos faz entender que fé
e compromisso social se unem em ação. Compreendemos uma vida
política e somos desejosos de continuar sua caminhada. Mas, sabemos, ele
morreu, e morreu com a pior morte, a morte de cruz. E com Ele, muitos outros
morreram em luta, morreram porque acreditaram e se colocaram na busca por um novo
mundo. E isso meche conosco, mas, não queremos viver levando a vida com
indiferença. E não é somente nossa vida, é a
vida daquele com quem assumimos uma escolha de vida. Pela nossas próprias mãos, queremos buscar e construir, continuar a
caminhada de Jesus, e com eles tod@s, pois somos classe, somos povo.
E a Pachamama não se cansa, e nos
alerta, temos que pensar o que queremos, temos que saber o que fazemos, não
basta somente fazer, temos que nos preparar, precisamos de nossa caixa
de ferramentas, das tantas coisas que fortificam e nos habilitam a
lutar. E precisamos disso juntos, pra jangada sair pro mar, pra trabalharmos, pra
peixes bons trazermos. E porque trabalhamos com e por amor a uma opção de
vida, sabemos que
todo amor é sagrado, e o fruto do
trabalho, é mais que sagrado, e assim mais queremos trabalhar, e mais
queremos lutar. E pra luta, nos apetece o cuidado do preparo, e juntos, somos
capazes de inovar, e efetivar nossos sonhos. Somos chamados a respeitar e cuidar da comunidade de vida,
a olharmos atentamente para a integridade ecológica, a trabalharmos
incansavelmente pela justiça social e econômica, pelo socialismo, pela
não-violencia, pela paz. É a Mãe Terra que nos exige nossa força, e nossa luta.
E nós, com ela, exigimos a vida.
E a Nossa Grande Mãe
Terra
chora, chora desesperada com fome, chora desesperada precisando de
cuidado. Sabemos que não se pode vender ou comprar o
calor da terra, pois nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água,
mas sabemos também que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Mas
nós que sentimos a terra pulsar em nossos pés e em nossas vidas, iremos
cultivar esta vida, iremos cuidar dela. Nós que somos capazes de garantir o
futuro da vida, nesta terra vamos trabalhar.
Nós acreditamos que o improvável é possível.
E porque acreditamos, agimos. E o improvável, somente o é pela dureza do
sistema que nos impõe um modo de vida desigual, de injustiças, de
individualismo, de concorrências, e disputas sempre pessoais. O sistema não
cultiva a vida, cultiva a morte, a morte de todos aqueles com quem selamos uma
aliança, um compromisso de vida e de luta. E então, contra o sistema nos
colocamos. Queremos, e reafirmamos o novo, o mundo novo. E, vislumbramos, em
meio a tantas incoerências e contradições, nossas utopias. A utopia que nos faz caminhar, que conduz os
nossos passos. E com as utopias vamos
viver, vamos anunciar a palavra, pois a hora é agora e o lugar é aqui.
Quando
pensamos na Pachamama, um sorriso brota em nossos lábios. Passamos agora a
perceber o que significa tudo
isso. Porque um dia, uma bola entre tantas outras, tinha algo para gerar. Uma
bola que tem vida! E tem uma vida que cria o suporte necessário para gerar
outra vida. Uma vida que vai se autofazer, que vai produzir vida no seu
entorno, e vai conhecer este entorno e se comunicar com ele. Percebemos que a Pachamama é vida e que esta vida está
dentro de nós e conosco é uma coisa só. Não mais nos pensamos separados da
Pachamama, descobrimos agora que o ambiente é cada um de nós, e cada um de nós
é o ambiente e que todo mundo é o ambiente de alguém. Juntos somos um fio da
teia da vida! Esta vida que clama nossa luta. E a luta que queremos, é aquela
mesma luta que Eva quis. Luta pela liberdade. E nesta luta, caminharemos de mãos dadas com o povo, e a dor de cada um
será a dor de todos nós, e despertaremos
juntos para a grande luta e para a grande transformação.
A Pachamama
é a luta.
E na luta nos transborda uma maré de dúvidas e incertezas, de afirmações e
anseios: que luta e aonde vamos lutar? Ao passo que já começamos a nos
identificar com algumas bandeiras erguidas, nos surpreende a diversidade de
possibilidades, somos motivados à inúmeras causas, todas dão as mãos na busca
de um novo mundo. E
então, a Pachamama também nos ajuda a refletir. Compreendemos
que não apenas temos estrelas, mas
somos estrelas neste mundo. E percebemos que descobriremos aonde brilhar mais
forte, aonde nossa presença será mais necessária, aonde poderemos contribuir de
forma mais efetiva. Sobretudo, percebemos que nossa participação é importante
na luta, e que a luta, exige que lutemos e que ela não tem hora para acabar. E
será nas diversidades, nos reconhecimentos de tantas necessidades que juntos
uniremos forças, mão com mão teremos pés no chão, mãos na massa e olhar no horizonte, e assim iremos, com nossas
mochilas nas costas, carregando o todo necessário para a jornada da vida.
E assim
se faz mais uma etapa de nossas vidas. E durante todo este processo, estivemos
diante de grandes lutadores, que nos abrem caminhos, que nos mostram tanto a
beleza da luta, e assim, a beleza da vida. Pensamos em cada um que de
diferentes maneiras nos proporcionam momentos de fé prática e de
espiritualidade em ação. Quase que nos escapa perceber que
são tantos a trilhar o caminho de luta. E que são tantos a dedicar este caminho
à que novos caminhos surjam. A beleza da vida emana em cada um que nos
acompanham. Beleza de suas histórias que carregam a história de tantos outros e
que assim, caminham para uma nova história. E são muitas as histórias,
que terão sempre o sonho da Pachamama,
pois este sonho está dentro de
nós.
Agora,
vamos à luta, porque lutar é
manter-se vivo.
Elaine e
Adriana
Espie só!! Curti! Bão dimais daconta!
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